A depressão é uma das doenças mais comuns do século XXI e, ao mesmo tempo, uma das mais incompreendidas. A depressão clínica, também chamada de transtorno depressivo maior, é um problema de saúde mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode alterar profundamente a vida pessoal, familiar, social e espiritual do paciente.
O Doutor em Psicologia Julián Melgosa analisa em profundidade esta doença a partir de uma perspectiva médica, psicológica e cristã, com o objetivo de oferecer esperança, compreensão e ferramentas para enfrentá-la.
Uma doença real, não uma fraqueza
Um dos maiores erros cometidos ao falar sobre depressão é minimizá-la. Frases como “anime-se”, “isso é uma questão de atitude” ou “você tem que se esforçar” podem aumentar o sentimento de culpa em quem já está lutando contra sintomas de tristeza profunda, apatia, perda de energia, insônia, alterações no apetite ou pensamentos de inutilidade.
A depressão é uma doença real, com base neurológica e fatores genéticos, psicológicos e sociais que a desencadeiam ou agravam. Ela também pode afetar pessoas de fé, como refletem vários personagens bíblicos: Elias, Jó, Ana ou Jonas, que expressaram sua dor emocional. A Bíblia não condena sua angústia, mas mostra um Deus próximo que ouve, acompanha e restaura.
Quais são os sintomas mais frequentes?
De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais), os principais sintomas são:
- Estado de humor depressivo durante a maior parte do dia
- Perda de interesse ou prazer (anedonia)
- Alterações no sono ou no apetite
- Fadiga ou falta de energia
- Sentimentos de culpa ou inutilidade
- Dificuldade em se concentrar
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio
Para diagnosticar uma depressão, pelo menos cinco desses sintomas devem estar presentes durante duas semanas ou mais.
A importância de procurar ajuda
O tratamento da depressão geralmente requer uma abordagem combinada que pode incluir medicação, psicoterapia, apoio familiar, hábitos saudáveis e, em muitos casos, a fé como fonte de conforto e força. O médico também destaca o papel do cônjuge, da família, dos amigos e da comunidade como rede de apoio para aqueles que estão passando por esse processo.
É possível prevenir a depressão?
Em muitos casos, sim. Cuidar da saúde física, manter relacionamentos saudáveis, desenvolver uma mentalidade positiva, praticar exercícios regularmente, cultivar a fé e contar com uma rede de apoio podem reduzir significativamente o risco.
Se você ou alguém próximo está passando por um período de tristeza profunda, apatia ou desânimo constante, fique tranquilo, pois a depressão pode ser tratada. Há uma saída. E há esperança.
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