Todo dia 2 de outubro é comemorado o Dia Internacional da Não Violência, instituído pela ONU em homenagem ao nascimento de Mahatma Gandhi, líder que defendeu a resistência pacífica como forma de transformar o mundo. Essa data é uma oportunidade para lembrar que paz não é passividade.
Nesse contexto, a história de Desmond T. Doss, um humilde adventista do sétimo dia que escolheu não portar armas durante a Segunda Guerra Mundial, torna-se um testemunho vivo de que a não violência não é sinônimo de fraqueza, mas de autêntica coragem.
Nascido em 1919 na Virgínia, Doss cresceu em um lar marcado pela fé e por uma convicção clara: obedecer a Deus antes que aos homens. Quando a guerra eclodiu, ele decidiu servir seu país, mas sem renunciar à sua consciência. Alistou-se no exército como médico de combate, enfrentando desde o início zombarias, humilhações e a incompreensão de seus companheiros e superiores. Muitos o consideravam um covarde por se recusar a empunhar uma arma. No entanto, o tempo demonstraria que sua coragem superava em muito a daqueles que o julgavam.
O momento decisivo chegou em 1945, durante a batalha de Okinawa, um dos confrontos mais sangrentos do Pacífico. Lá, Doss enfrentou um desafio sobre-humano: enquanto as balas zuniam e as explosões sacudiam o campo de batalha, ele decidiu ficar na linha de frente para resgatar os feridos que haviam sido abandonados. Com uma simples corda e uma fé inabalável, ele descia cada soldado do alto de um penhasco de mais de 100 metros, repetindo uma oração: “Senhor, ajude-me a salvar mais um”.
Estima-se que em uma única noite ele salvou pelo menos 75 homens, entre eles companheiros que antes o desprezavam. Sua façanha lhe rendeu a Medalha de Honra do Congresso dos Estados Unidos, sendo o primeiro objetor de consciência a recebê-la. Além das condecorações, o que o tornou um verdadeiro herói foi sua fé de que a vida é um dom divino e sua decisão de arriscar a sua para proteger a dos outros.
A história de Desmond Doss nos lembra que, em um mundo marcado pela violência, intolerância e conflitos, sempre é possível escolher o caminho da paz.
