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A Certeza da Segunda Vinda

por Clifford Goldstein

Uma história engraçada, mas sóbria, é a do Projeto Manhattan - o gigantesco empreendimento americano na década de 1940 para produzir a bomba atômica. Depois de gastar US$ 2 bilhões (mais de US$ 25 bilhões na moeda de hoje), 130.000 pessoas, trabalhando durante anos em profundo sigilo, finalmente produziram a super arma.
Ou pelo menos era o que se esperava.
A data era 15 de julho de 1945. À noite, os principais cientistas do projeto estavam reunidos, conversando. Na manhã seguinte, seria realizado o primeiro teste nuclear. O clima era tenso e pesado. Será que seus anos de trabalho árduo e dedicação chegariam ao clímax com a primeira explosão nuclear do mundo feita pelo homem - ou será que tudo terminaria em um fracasso, até mesmo em um desastre?
Enquanto conversavam, outro cientista, Hans Bethe, entrou na sala com um pedaço de papel e um lápis na mão. Com um olhar severo, ele avisou que, após alguns cálculos de última hora, temia que, se a bomba explodisse, ela daria início a uma reação nuclear em cadeia na atmosfera que destruiria o mundo.
A sala ficou em silêncio. Nada na magnitude de uma explosão nuclear provocada pelo homem havia sido feito antes - nunca. Temores como esse, de uma reação em cadeia nuclear descontrolada, também já haviam sido discutidos mais de uma vez. Mas agora um de seus principais físicos, na véspera do teste, entra e joga algo assim na cara deles!
Bethe se virou e saiu. Os homens ficaram sentados, atônitos demais para dizer qualquer coisa. O que dizer quando se pensa que, talvez, seu trabalho possa literalmente destruir o mundo?
Um pouco mais tarde, Bethe voltou, com o mesmo papel e lápis na mão, mas com um grande sorriso de "pegadinha" nos lábios. "Ah", disse ele, "dei uma olhada nos meus números novamente e percebi que fiz uma besteira com um ponto decimal. Vai dar tudo certo".
O fim do mundo
O mundo, é claro, não acabou em 16 de julho de 1945. Mas quase todo mundo concorda, até mesmo os ateus, que mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, nosso mundo atual acabará. Se nada mais acontecer, o que os cientistas chamam de morte por calor do universo - quando (nos termos mais simples) todo o universo se nivelar a uma temperatura uniforme - destruirá nossa existência em alguns bilhões de anos. Outras teorias "científicas" também preveem o fim do nosso mundo bilhões de anos no futuro.
Mas esses não são os únicos avisos sobre o futuro da Terra. A Bíblia também prevê o fim do nosso mundo, mas um fim radicalmente diferente do que essas teorias proclamam e muito mais relevante para os habitantes de hoje do que um cenário supostamente a bilhões de anos de distância. Ela prevê um fim muito mais próximo no tempo. E, em vez de nos deixar desolados e destruídos, a Bíblia promete um novo começo - um novo céu e uma nova Terra.
Essa grande esperança está centrada na segunda vinda de Jesus. Qual é esse ensinamento? Que garantia temos de que ele se concretizará? E que esperança ele nos oferece em contraste, por exemplo, com a morte cósmica pelo calor?
Uma radiografia de corpo inteiro
Falamos com frequência sobre como a vida é curta. Os idosos lamentam a rapidez com que a vida passa. Os jovens esperam ter tempo para realizar todos os seus sonhos. Mas, como todos sabemos, uma pessoa que está viva e bem hoje pode estar morta e morta amanhã. Nesse sentido, então, o que importa não é tanto o fim do mundo, quando ele chegar, mas o fim do nosso próprio mundo - o fim de cada um de nós, individualmente - que para bilhões de pessoas já aconteceu e para qualquer um de nós pode acontecer antes do fim deste dia.
Thomas Mann escreveu The Magic Mountain (A Montanha Mágica), um romance sobre um homem que, nos primeiros anos do século XX, passou um tempo em um sanatório suíço. Um dia, ele fez um raio X de corpo inteiro, uma espécie de novidade na época. Enquanto olhava para seu próprio raio X, ele se deu conta: esse era o seu futuro. Aquele esqueleto que ele estava olhando seria, no final, tudo o que restaria dele. Quer ter um vislumbre do que está por vir para você? Faça uma radiografia de corpo inteiro.
Em suma, para a maioria das pessoas, muito antes de este mundo acabar, seu próprio mundo acabará.
A ressurreição dos mortos
A segunda vinda de Jesus, embora traga o fim deste velho mundo, nos oferece uma esperança incrível. Por quê? Porque na volta de Cristo, todos os Seus seguidores que morreram experimentarão a prometida ressurreição dos mortos, que leva à vida eterna.
Falando sobre quando Ele voltaria, o que Ele chamou de "o último dia", Jesus disse, três vezes seguidas, o que aconteceria. "E esta é a vontade daquele que me enviou: que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6:40).1 Depois, alguns versículos adiante: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia" (versículo 44). E, um pouco mais tarde, Ele prometeu novamente a mesma coisa: "Eu o ressuscitarei no último dia" (versículo 54).
Em outra conversa sobre Sua segunda vinda, Jesus disse: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. . . . Eles verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" (Mateus 24:30, 31, NVI).
Paulo também acrescentou essa maravilhosa promessa sobre o que acontecerá quando Cristo voltar: "Pois o próprio Senhor descerá do céu, com grande estrondo, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Tessalonicenses 4:16, NVI).
A primeira e a segunda vinda
Ressuscitado dentre os mortos na segunda vinda de Cristo? Que promessa maravilhosa! A pergunta é: Como podemos ter certeza de que isso acontecerá?
Uma resposta, talvez a mais forte, é a certeza da primeira vinda de Jesus, quando Ele morreu por nossos pecados. Em Sua primeira vinda, Jesus morreu para que tivéssemos a promessa de vida eterna em Sua segunda vinda.
O apóstolo Paulo escreveu: "Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3). E então, ligando diretamente a morte e a ressurreição de Cristo à nossa própria ressurreição na Segunda Vinda, Paulo escreveu: "Porque, se os mortos não ressuscitam, logo Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a fé de vocês é inútil; vocês ainda estão em seus pecados!" (versículo 16). Em outras palavras, pelo fato de Cristo ter morrido e ressuscitado, temos a promessa de nossa própria ressurreição, que acontecerá na Segunda Vinda.
Jesus também disse: "Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos" (Marcos 10:45). Um resgate? Esse resgate foi Sua própria vida, a vida do próprio Criador, pois como João escreveu sobre Jesus: "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (João 1:3). Ele, o Criador, deu Sua própria vida como resgate pela nossa!
Imagine que alguém pague a um sequestrador um enorme resgate pela volta de seu filho sequestrado - e depois não volte para pegar o que custou tanto. É assim que seria se Cristo não voltasse. Em um sentido real, se não houvesse uma segunda vinda de Jesus, Ele teria desperdiçado Seu tempo vindo da primeira vez, e quem acreditaria nisso? Então, sim, a certeza da morte e ressurreição de Cristo em Sua primeira vinda é a nossa garantia de Sua segunda vinda.
Um segredo?
Infelizmente, muitos livros e filmes populares retratam a volta de Jesus como invisível, até mesmo silenciosa e secreta. Eles dizem que um dia as pessoas que você conhece simplesmente desaparecerão misteriosamente. Talvez elas estejam sentadas ao seu lado em um carro ou até mesmo em um avião a 30.000 pés de altura, quando, de repente, elas desaparecerão. Dizem-nos que, quando isso acontece, podemos saber que Jesus, de fato, voltou.
No entanto, os textos a seguir pintam um quadro radicalmente diferente da Segunda Vinda. Jesus disse: "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:27, KJV2). Relâmpagos no céu? Não parece nada secreto, não é mesmo?
Paulo também fala sobre o que acontecerá quando Cristo voltar. "Porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão" (1 Coríntios 15:52). Há duas coisas aqui. Primeiro, há o som de uma trombeta. As trombetas geralmente são barulhentas, e se essa é barulhenta o suficiente para, sim, acordar os mortos, então esse não será um retorno secreto e silencioso. Pelo contrário, é o mais longe possível de ser secreto e silencioso. E isso leva ao segundo ponto. Pessoas mortas, talvez milhões (ou mais), são ressuscitadas de seus túmulos. Algo assim deve ser notado, não é mesmo?
Novamente, em referência ao Seu retorno, Jesus disse: "Então todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mateus 24:30). Não apenas o mundo estará ciente de Seu retorno, mas para todos na Terra que não O conhecem, será um momento de luto. Certamente, não há nada de secreto sobre esse evento.
E João, ao escrever sobre o retorno de Cristo no livro de Apocalipse, também é bastante claro. "Eis que Ele vem com as nuvens, e todo olho O verá, até mesmo aqueles que O traspassaram. E todas as tribos da Terra se lamentarão por causa dele" (Apocalipse 1:7; grifo do autor).
A certeza da Segunda Vinda
Sem dúvida, este mundo não durará para sempre, pelo menos como é agora (e graças a Deus por isso). A Bíblia diz: "Esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus se dissolverão, estando em chamas, e os elementos se derreterão com calor ardente [...] No entanto, de acordo com Sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra em que habita a justiça" (2 Pedro 3:12, 13).
Depois que Jesus voltar, uma existência totalmente nova começará para aqueles que estão em Cristo: um novo céu, uma nova terra! Esse é um futuro muito diferente e muito melhor do que, por exemplo, o que a teoria da morte pelo calor nos oferece. E é um futuro que, pelo fato de Cristo ter vindo há 2.000 anos, podemos ter certeza de que nos espera na Sua segunda vinda e depois dela.  
Clifford Goldstein é o editor do guia diário de estudo da Bíblia da Igreja Adventista do Sétimo Dia e colaborador frequente da Signs of the Times®.
1. Salvo indicação em contrário, as citações da Bíblia neste artigo são da New King James Version.
2. Os textos bíblicos marcados com KJV são da versão King James.

https://www.signstimes.com/?p=article&a=44193289284.786

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